A discussão acontece na semana em que estes medicamentos são completam 20 anos no País
Hoje (20), os genéricos completam 20 anos no mercado, com muitos números para comemorar. De acordo com dados do IQVIA, a categoria representa pouco mais de um terço de todo o mercado de medicamentos em unidades (33,9%). Em 2015, este número foi de 27,4%. Em faturamento, movimentam us$ 28,4 milhões de dólares no último ano, alta de 69% no comparativo com o ano de 2015. Enquanto isso, os medicamentos de marca e/ou similares e de referência, alcançaram alta de 58,5% e 34,2%, respectivamente.
O fenômeno de crescimento dos genéricos é especialmente acentuado no caso de medicamentos para doenças crônicas. As vendas de medicamentos genéricos para o tratamento da hipertensão arterial, por exemplo, cresceram 13,88% no acumulado dos 12 meses móveis encerrados em março. No mesmo período, os semelhantes avançaram apenas 0,48% e as vendas de medicamentos de referência para o tratamento da doença são reduzidos -6,44%. Os genéricos representam hoje 70,82% dos medicamentos para a hipertensão comercializados no País.
Desde que os primeiros genéricos chegaram ao mercado no ano de 2000 (a Lei 7.789 que instituiu os genéricos é de 1999), que proporcionou uma economia de R$ 132 mil milhões na despesa em medicamentos para os consumidores brasileiros. Atualmente, existem 120 laboratórios que produzem medicamentos genéricos no País. O mercado brasileiro tem 3.700 registros da categoria, que abrange mais de 95% das doenças conhecidas.
A qualidade dos genéricos no debate
Apesar de estes resultados tão consistentes, a Comissão de Defesa do Consumidor debate nesta terça-feira (21) a qualidade e eficácia dos medicamentos genéricos em face dos medicamentos de referência. O debate foi proposto pelo deputado Sérgio Brito (PSD-BA).
Ele explica que ter-se preocupado com as frequentes queixas dos profissionais da saúde e dos consumidores de que a eficácia do medicamento genérico é limitada. “Alguns desses profissionais, incluindo médicos do Sistema Único de Saúde (SUS) e os hospitais que tratam de doenças graves, como o câncer e pacientes internados na unidade de cuidados intensivos (uci) relatam que tiveram que substituir os genéricos no meio do tratamento por não ter os efeitos esperados para os princípios ativos”, afirma.
Com o debate, o parlamentar quer tomar conhecimento das ações que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) tomou para verificar se a qualidade dos medicamentos, genéricos ou não, que se vendem no País é coerente com sua forma de identidade e qualidade, bem como com a legislação específica.
Foram convidados, entre outros:
– o secretário de Controle Externo da Saúde do Tribunal de Contas da União, Carlos Augusto de Melo Ferraz;
– o gerente-geral da Gerência-Geral de Inspeção e Vigilância Sanitária da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, Ronaldo Lúcio Ponciano Gomes;
– a conselheira federal do Conselho Federal de Medicina (CFM), Rosylane Nascimento das mercês Rocha;
– a vice-diretora de Vigilância Sanitária do Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde, Celia Maria Carvalho Araújo Pereira Joana; e
– o presidente-executivo da Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos (Pró Genéricos), Telma Salles.
Fonte: Agência Câmara de Notícias/ Guia da Farmácia
Foto: Shutterstock
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anvisa Comissão de Defesa do Consumidor Defesa do Consumidor genéricos medicamentos de referência
Fonte: guiadafarmacia.com.br/defesa-do-consumidor-debate-indeterminado