A Linha de fabricação de adoçantes e alimentos sem açúcar, planeja dobrar de tamanho em três anos, passando de uma receita esperada para este ano de us$ 150 milhões para R$ 300 milhões. Para alcançar esta meta, a empresa vai entrar em novas categorias de alimentos e a construção de uma segunda fábrica e centro de distribuição. Marcelo Limírio Filho, diretor executivo da Linha, disse que a companhia vai investir, nos próximos dois anos, entre R$ 20 milhões e us$ 25 milhões em novas unidades. A segunda fábrica será construída em uma área de 60 mil m2 no distrito industrial de Anápolis (GO), onde fica a primeira unidade da empresa no país. No mesmo município, será instalado, entre 2019 e 2020, um centro de distribuição. Hoje em dia, a empresa tem a produção em armazéns externos. “A ideia é passar a usar apenas o centro de distribuição próprio”, disse Limírio. A empresa produz atualmente 100 elementos em 23 categorias, incluindo creme de avelã, leite condensado, doce de leite, gelatina, pudim, gelatina, mistura para bolo e granola. Limírio afirmou que a companhia tem como meta se tornar no futuro uma “Nestlé-de-açúcar no Brasil”.
Segundo o empresário, em uma primeira fase do projeto de expansão, a Linha vai ampliar o portfólio de itens sem açúcar. Posteriormente, se vai desenvolver produtos com redução de sódio e com o apelo funcional. A mais recente aposta da empresa é uma linha de lanches para crianças, à base de frutas e vegetais liofilizados (um tipo de desidratação), colocação no mercado em setembro. Em outubro, a empresa lançou biscoitos integrais sem açúcar e, em 2019, um chocolate pronta para beber também sem açúcar. A Linha tem a intenção de colocar no ar, em 2019, um site de comércio eletrônico para a venda direta de seus produtos. “O site também será utilizado para orientar os consumidores sobre alimentação saudável e para chegar a mercados que hoje não alcançamos com o comércio tradicional”, afirmou Limírio.
Atualmente, os produtos da marca Linea é vendido em cerca de 45 mil pontos de venda espalhados por todo o país. O executivo disse que a companhia trabalha para expandir a distribuição em redes de comércio regionais e em pequenas lojas. “O objetivo é chegar a 100 mil pontos de venda em cinco anos”, disse o empresário. Os adoçantes ainda representam 60% da receita da Linha, mas a tendência é que essa participação se reduzir, na medida que a empresa aumenta a oferta de alimentos sem açúcar. Em adoçantes, a Linha tem 45,5% de participação no mercado de sucralose e uma participação de 19,4% no segmento de estévia, de acordo com dados da Acnielsen. Na categoria de xilitol é muito pequena e não é auditada por uma empresa de pesquisa. De acordo com Margareth Utimura, líder da casa e o cuidado pessoal com a Nielsen, o mercado de adoçantes movimentou R$ 500 milhões no acumulado de 12 meses até agosto, 1% a menos em comparação com os 12 meses anteriores. A queda foi puxada pelo segmento de aspartame. “Por outro lado, há uma tendência positiva de crescimento para as substâncias da stevia e sucralose. Outros dados da pesquisa, apontam para uma preferência cada vez maior dos consumidores por produtos e substâncias mais naturais”, disse Adriana. A Linha não vende aspartame. A empresa produz apenas adoçantes feitos com sucralose, estévia e xilitol.
De acordo com Limírio, apesar do cenário macroeconômico ainda em uma fase de estagnação, existe uma demanda crescente dos consumidores por alimentos mais saudáveis. “É um momento favorável para a empresa”, afirmou o empresário. No primeiro semestre, a Linha cresceu 27,8% em receitas. O objetivo da empresa é fechar o ano com um avanço da ordem de 30%, chegando a um faturamento de cerca de us$ 150 milhões. Em 2017, a receita chegou a R$ 117 milhões. No primeiro semestre, a Linha tornou-se um reajuste médio dos preços de 6%. Limírio disse que tem buscado alternativas para reduzir os custos de produção para compensar a subida dos preços das matérias-primas cotadas em dólares, como a sucralose, estévia e xilitol. “Não é possível passar todo o aumento do dólar para os consumidores. É preciso buscar alternativas para fazer frente a esse momento”, disse. Limírio acrescentou que a empresa enfrenta o desafio de localizar seus produtos nas gôndolas. “Como a categoria de dietética nasceu no varejo de farmácias, muitos consumidores ainda têm preconceito, pensam que o corredor de produtos diet e light é de produtos para pessoas doentes. Muitas vezes temos que promover ações no corredor de alimentos tradicionais, para mostrar aos consumidores de que as opções de alimentos sem açúcar são para todos”, afirmou.
A Linha foi fundada em 2002 por Pietro Pedrinola e foi adquirida pela Neo Química, da família Limírio Gonçalves, em 2007. Dois anos depois, a Neo Química foi adquirida pela Hypermarcas (atual Hypera Pharma), e a Linha ficou com os Limírio Gonçalves. A família, incluindo Marcelo Limírio Filho, deixou o bloco de controle da Hypermarcas, em 2016. Marcelo foi diretor executivo da Hypermarcas, entre janeiro de 2010 e abril de 2011 e membro do conselho de administração de janeiro de 2010 a julho de 2016.
Fonte: Valor Econômico
Fonte: panoramafarmaceutico.com.br/2018/10/03/linha-amplia-carteira-e-preve-dobrar-receita-em-três-anos