A Petrobras vai se pautar por meritocracia; falhas podem levar a despedimentos, diz o CEO
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Fonte: investing.com
Por Marta Nogueira
RIO DE JANEIRO (Reuters) – no momento em que busca implementar um programa mais agressivo de redução de custos, a Petrobras (SA:PETR4) vai premiar os funcionários em função de seu desempenho, além de considerar a demissão de funcionários responsáveis por acidentes, afirmou o presidente da estatal Roberto castello Branco.
A ideia, disse o executivo durante o seminário da Fundação Getúlio Vargas (FGV), é trabalhar mais a meritocracia. A criação de um programa de sugestões para a redução de custos e o aumento da concorrência, está em curso, explicou.
“Vamos premiar as melhores ideias. Nosso objetivo é criar uma cultura de baixo custo para a empresa, desenhando um programa de remuneração variável”, afirmou.
Segundo o executivo, os funcionários precisam saber que, “se eles têm uma boa performance, vão ser premiados, mas se não a têm, eles vão ser punidos”.
Como exemplo, o presidente da Petrobras apresentou um relato de um mecânico, que morreu durante o trabalho, por um erro que teria sido cometido por ele mesmo. No entanto, Eduardo Branco, destacou que as outras pessoas também falharam no caso de o despedimento delas seria algo a se considerar.
“O mecânico errou, pagou com a vida, coitado. Mas os supervisores do trabalho também é errado”, afirmou.
O executivo destacou que a pena sugerida na empresa a outro empregado foi de 29 dias de suspensão, porque se fossem 30 o funcionário seria demitido.
“Bem, você acha que uma vida humana vale 29 dias de salário? Tem que ser demitido, mas vamos ter que rasgar as regras de ouro (regras que falam sobre a segurança na Petrobras)”, afirmou.
Segundo o executivo, a empresa tem o respeito à vida humana, ao meio ambiente, e tem como meta de zero mortes.
“Nosso objetivo é gerar valor para os nossos acionistas, mas condicionado pela segurança de nossas operações. Não podemos subestimar os riscos”, afirmou.
É DE RESPONSABILIDADE DO CEO
Na mesma mesa de discussões do evento, o presidente da Brookfield no Brasil, Luiz Ildefonso Lopes, disse em seu discurso que, assim como Castello Branco, eu também gostaria de falar sobre o tema da segurança no trabalho.
De acordo com Lopes, a responsabilidade da segurança nas empresas de Brookfield é sempre do presidente.
“Em nossas empresas não temos gerentes de segurança. Não existe isso. O responsável pela segurança em qualquer empresa nossa, é o CEO. Qualquer acidente de maior gravidade, não precisa de ser vítima mortal, quem tem que explicar e submeter-se à pergunta que acontece e que é liderado por um grupo de pessoas (…) é o presidente”, afirmou.
“Exonerar o director executivo por não dar suficiente atenção na área de segurança, em nossa vida, é mais comum do que se despedir CEO por baixa performance financeira.”
A discussão ocorre, enquanto que no Brasil foi levantado de forma importante as questões relacionadas com a segurança das atividades em grandes projetos, depois de novo desastre envolvendo uma barragem de mineração de dados.
O dia 25 de janeiro, uma barragem de rejeitos de beneficiamento de minério de ferro da mineradora Vale (SA:VALE3) quebrou em brumadinho (MG), liberando uma onda de lama que deixou mais de 300 mortos ou desaparecidos, além de alcançar vegetação, comunidades, e rios, entre eles o importante Paraopeba.
Na tragédia, a maior parte dos mortos eram funcionários da própria Vale, que estavam no caminho dos resíduos.
A ruptura ocorreu pouco depois de três anos do colapso da barragem da Samarco, uma joint venture da Vale com a BHP, que deixou 19 mortos, centenas de pessoas desabrigadas e poluiu o rio Doce, no que é considerado o maior desastre ambiental do Brasil.
O ceo da Vale e outros diretores foram afastados dos cargos, após a recomendação das autoridades que investigam o caso, na cidade de buenos aires.