Coordenador de programa tucano defende teto de gastos e critica a supressão do diesel
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Fonte: Valor Econômico
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Coordenador do programa econômico de Geraldo Alckmin, candidato do PSDB ao Planalto, Pérsio Árido, defendeu a manutenção da regra do teto de gastos, e criticou, em um encontro com jovens e estudantes, ontem, no Rio, a supressão do óleo diesel feita pelo governo de Michel Temer, que atendeu as reivindicações dos caminhoneiros que paralisaram o país em maio.
“A solução foi a pior possível. O valor da isenção é quase a metade da Bolsa Família, pare para pensar um pouco… E por que desonerou o diesel e não o GLP, o gás que as pessoas usam, o bola? Por que decidiu-se por um e não o outro?”, disse-Árido, em uma conversa informal com um grupo de pouco mais de 20 jovens – eram esperados 60 – além de assessores e tucanos em campanha, como o deputado federal Roberto Leite, presidente do PSDB fluminense, e o candidato a deputado Pedro Duarte, representante da juventude do partido. O orçamento do Bolsa Família em 2018 foi de R$ 27,8 milhões.
O economista afirmou que a coincidência da valorização do dólar e o aumento do preço internacional do petróleo é um problema que deve ser enfrentado por um sistema de mercado como nos Estados Unidos – onde uma refinaria pode abrir mão da margem de lucro para ganhar mercado e não repassar o aumento – ou o sistema de imposição flexível, praticado na Europa, pelo qual o imposto se reduz quando aumenta o preço do petróleo, e é alto quando o preço cai. “Ou se tem um sistema competitivo ou um sistema em que os impostos sobem e descem para contrariar o efeito externo. O que não pode é não ter nada, que é o caso do brasil, onde a Petrobras é monopolista. Ela tem o monopólio da refinação do petróleo, não é lei, mas tem na prática”, disse.
Árido criticou a saída adotada por medo da greve dos caminhoneiros, mas defendeu o teto constitucional de despesas implementado pelo presidente da República. “Manter o teto de gastos é muito importante. Tem sido muito criticado, mas vamos olhar a realidade. O Brasil tinha despesas primárias de 11% do PIB. Está em 20%, que é um gasto puro e simples, despesa que é mal feito, que não vai para os que realmente interessa, o Estado não funciona. A redução dos custos é fundamental”, disse.
O coordenador do programa econômico tucano afirmou que, “em rigor, a gente não teria que ter teto, se fosse em outras circunstâncias”. Citou São Paulo – de cujo governo Alckmin saiu para se candidatar a presidente da república como um Estado bem administrado, onde se “fez uma enorme redução do gasto público e não tem nenhum teto para manter as finanças em equilíbrio”. “Mas isso aconteceu em São Paulo e o governo federal foi em outra trajetória. O teto tem que ser mantido. Se aumentar a despesa a esta altura do campeonato vai agravar o problema”, defendeu.
No início do mês passado, Pérsio Árido criticou o teto de despesa: “Uma medida como essa para 20 anos não tem sentido, não se pode “moldar” os gastos, porque a economia é dinâmica”, afirmou, em um evento em São Paulo, mesmo tendo em conta a medida útil, em um prazo de “dois ou três anos”, para conter o desequilíbrio fiscal.